Cabeça de poeta é assim, não tem
linearidade, não tem começo, meio e fim. A história é meio inventada e meio
real, os personagens possuem nuances que não se encaixariam numa pessoa só,
porque aos olhos do poeta as personalidades se misturam e se completam, sua
imaginação cria o caráter retirando um tanto de verossimilhança. Por isso que,
quando questionado sobre o que lhe inspira, diz que cada passo da humanidade
escreve uma linha de pensamento na sua fértil imaginação, e que, passados no
filtro colorido das suas mirabolantes histórias pré-inventadas, irão formar
poesias, contos, livros e canções que não terão nenhuma base concreta, nenhum
acontecimento verdadeiro, mas ao mesmo tempo contarão a história de tantos que
lerem suas mais absurdas palavras escritas, sem começo, meio ou fim. Sem pé,
nem cabeça.
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