as mãos se soltaram quase ao mesmo tempo, tão imperceptível quanto aquele dia que se grudaram pela primeira vez. Seria impossível dizer se ela estava doente do estomago ou se ele é quem nunca falou que o coração doía. Calaram-se.
A rotina, aos poucos, engoliu todo aquele espaço entre as palavras não ditas. Os olhos se abriam pela manhã, o dia todo era a batalha do sorriso que lutava contra as lágrimas.Tomava o café com uma pitada de canela e esquecia a dor com uma pitada de saudade. Depois já não se sabia mais o que era aquele desconforto dentro do peito. Talvez fome. Talvez falta de ar. Falta.
Mas não há de ser nada, o sorriso era o escudo pra todas aquelas pessoas que insistiam em exigir a felicidade. E de repente, achava-se que estava tudo bem. Talvez até sorrissem genuinamente, vez ou outra. Mas era só sorriso de rotina, não era sorriso de alma.
Quando os olhos finalmente fechavam a noite, a cabeça colada no travesseiro, era possivel sentir novamente. Aquele unico sentimento verdadeiro, impossível de ser permitido durante todas as outras horas de todos os dias. Todo dia. A rotina disfarçava a dor daquele luto que se leva de alguém que ainda vive.
Nenhum comentário:
Postar um comentário